Curiosidades
A curiosa história do Coringa
Já falamos aqui quase tudo que se tem para falar sobre o baralho. Os diferentes tipos que existem, suas cartas, naipes, cores, modelos, enfim, de tudo um pouco. PORÉM, nunca falamos especificamente sobre o Coringa (ou curinga).
O famoso Joker inspirou tantas histórias e personagens épicos e carrega uma história única que vale a pena contar.
Origem do Coringa
É consenso entre muitos estudiosos que a carta do coringa foi criada nos Estados Unidos.
Alguns autores afirmam que o Coringa apareceu pela primeira vez no Poker, mas a maioria defende que inventaram a carta para o jogo de Euchre, por volta da década de 1850.
Euchre foi o jogo de cartas nacional da América de 1850 a 1910, sendo popular em vários países de língua inglesa.
Derivado do jogo Juckerspiel, praticado na região da Alsácia, no leste da França, quatro jogadores se dividem em duplas e têm como objetivo somar pontos mais rápido que seus adversários.
No euchre, os dois trunfos são os valetes, conhecidos como o “right bower” (arco direito) e o “left bower” (arco esquerdo), já que bauer é a palavra alemã usada para valete.
Na década de 1860, os jogadores americanos de Euchre resolveram criar algumas regras novas para seu amado jogo. Essas regras exigiam um trunfo extra, que eles chamavam de Best Bower, o trunfo mais alto disponível, que podia vencer os valetes.
Por sorte, os fabricantes de cartas da época incluíam um “cartão em branco” extra nos baralhos de 52, e os jogadores de Euchre usavam esse cartão para representar o papel de Best Bower.
As fabricantes de cartas americanas adotaram a ideia rapidamente, incluindo esses trunfos extras em seus baralhos. Os fabricantes britânicos fizeram o mesmo na década de 1880.
Joker by Chas Goodall and Son, London
Used with permission – wopc.co.uk
A escolha da palavra “Joker”
Segundo a historiadora de cartas Catherine Perry Hargrave e outros, com o tempo, a carta branca dos baralhos passou a ser chamada de Coringa, ou Joker.
Como Joker soa bem parecido com Jucker e Eucher, algumas pessoas acreditam que é daí que vem o nome. Mas nem todos concordam com isso. A fabricante de cartas de baralho Bicycle, diz em seu site que isso não passa de uma coincidência.
O Tolo
Alguns dizem que o coringa é primo em primeiro grau de Le Fou, O Tolo do baralho de Tarô.
A carta do Tolo, ou Louco no tarô italiano, tem uma história que remonta a várias centenas de anos. No início do século 19, seu papel é apontado como o maior “trunfo”, a carta que pode vencer todas as outras
A autoridade do baralho de tarô, Dr. Robert O’Neill, diz que “O ancestral do curinga moderno é o clássico Louco do tarô”. O’Neill explica que ele “pertence a um conjunto de 22 trunfos, não é um sujeito individual”.
A carta Joker em Euchre, usada como Best Bower, se assemelha à carta o Louco, pois não pertence a nenhum naipe em particular, mas os jogadores a classificam como a carta mais alta de todos os naipes.
Bobo da corte
Outra possibilidade é que os criadores tenham escolhido o personagem do bobo da corte simplesmente porque ele combinava com reis, rainhas e todo o tema da corte medieval usado nas cartas de baralho.
Os jogadores de cartas gostavam das cartas clássicas vestidas de realeza dos séculos XV e XVI. Durante este período, a Corte Real sempre teve um bobo da corte que tinha liberdade para entreter.
O tolo do rei era visto como um trapaceiro, alguém com poderes místicos especiais.
O público passou a conhecer e amar o bobo da corte quando os baralhos adotaram universalmente o título “Joker”, o que aumentou ainda mais sua popularidade.
Desenhando o Coringa
Como o Ás de Espadas, as cartas do Coringa geralmente recebiam um design exclusivo que continha as imagens únicas da fabricante. Às vezes era um logotipo, um motivo floral ou arquitetônico ou algo completamente diferente.
Em meados da década de 1870, a carta mostrava um diabinho jocoso, um bobo da corte ou um palhaço. Muitos outros personagens também foram empregados, e o cartão em branco tornou-se popular para usos políticos, sátira social e publicidade.
Catherine Perry Hargrave observou em seu livro A History of Playing Cards, que uma carta produzida por Samuel Hart para a sua marca Club House Cards, datada de 1857, parece ter sido um dos primeiros curingas.
Mais tarde, em 1963, ele lançaria outro, rotulado como “Imperial Bower”, mas ainda sem nenhuma referência ao desenho do bobo da corte.
Nem tudo é o que parece…
Embora alguns historiadores de cartas tenham afirmado, o curinga de Hart não foi o primeiro. Pelo menos dois curingas foram feitos antes e possivelmente mais, mas foram perdidos para a história.
Designed by Chas Goodall and Son – Joker about 1875.
Used with permission – wopc.co.uk
Nenhuma carta do baralho americano inspirou mais personagens e usos do que a carta do Coringa.
Ela influenciou a criação do famoso personagem nos quadrinhos do Batman, da década de 40. Sua popularidade como arqui-inimigo do homem-morcego cresceu tanto que, mais tarde, vários filmes representaram o Coringa como um personagem notório, um trapaceiro bem-humorado e sádico.
Em 2006, a Wizard Magazine classificou o Coringa como número um na lista dos “Maiores Vilões de Todos os Tempos”, ao retratá-lo de maneira mal-humorada.
Embora muitos jogos de cartas não usem o Coringa, os colecionadores consideram essa a carta mais cobiçada do baralho, devido à variedade de estilos e desenhos que ela recebeu ao longo do tempo.
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